De acordo com a matéria publicada na revista, Daniele é portadora de trombofilia.
O portal do Dr. Ricardo Barini (http://www.barini.med.br) explica que as trombofilias podem ser adquiridas ou hereditárias. Estas promovem alterações na coagulação sanguínea e consequentemente eleva o risco para trombose. No caso de Daniele trata-se de trombofilia hereditária.
Daniele também era portadora de ovário policístico e se queixava de fortes cólicas menstruais. Com o intuito de tratar tais cistos ovarianos ela procurou uma ginecologista que lhe deu duas opções: a remoção do ovário policístico ou o uso de pílula anticoncepcional. Tendo em vista o desejo de Daniele de ser mãe, esta optou pelo tratamento medicamentoso, contudo a paciente informou ser portadora de trombofilia.
Salienta-se que, portadoras dessa patologia estão mais suscetíveis a formação de coágulos sanguíneos quando fazem uso de hormônios, podendo desenvolver trombose nas veias, embolia pulmonar, trombose nas artérias do cérebro, acidente vascular cerebral (AVC), paralisia e até a morte.
O Dr. Barini cita que "o sucesso gestacional depende de uma adequada circulação útero-placentária" e que "anormalidades nessa rede vascular se relacionam com várias patologias gestacionais, entre elas: abortos, óbito fetal, RCIU, pré-eclampsia, DPP".
Diante da situação, a ginecologista que atendeu Daniele receitou um medicamento com baixa dosagem hormonal a base de drospirenona (substância semelhante à progesterona) e etnilestradiol.
Após três meses de tratamento vieram as consequências: Daniele sofreu embolia pulmonar, teve três paradas cardíacas, ficou dois meses internada e 40 dias em coma. Teve que passar por uma traqueostomia, não podia falar ou se mover.
Segundo Época até a data da matéria Daniele andava ainda apresentava dificuldades ao andar, embora já tenha se livrado da cadeira de rodas e da cadeira de banho.
Outra sequela que deixou Daniele marcada para o resto da sua vida foi a perda de todos os dedos dos membros inferiores estes "precisaram ser amputados por causa de uma necrose, provocada pelos medicamentos que a mantiveram viva".
Impulsado pelos efeitos adversos graves relatadas por centenas de usuárias de medicamentos à base de drospirenona e de centenas de mortes, os riscos provocados pelo uso de anticoncepcionais tem sido discutidos tanto nos Estados Unidos da América (EUA) quanto nos países Europeus.
Nos EUA, anticoncepcionais à base de drospirenona são comercializados normalmente, uma vez que ficou comprovado que os benefícios dessa substância superam os riscos provocados por ela, no entanto, a exigência é de que os fabricantes explicitem de maneira clara e enfática nas bulas alertas dos riscos e contraindicações. No Canadá e na França o medicamento é vendido apenas sob retenção da receita. Já no Brasil... a revista informa que nada foi feito.
A revista traz um dado expressivo de que no Brasil existem 11 milhões de usuárias de pílulas anticoncepcionais.
Nota da Redação
Fica o alerta! Embora a matéria de Época cite o nome do medicamento, pelo que entendi os problemas estão diretamente associados ao hormônio sintético denominado Diprospirenona que, assemelha-se ao hormônio produzido naturalmente pela mulher, a Progesterona.
Percebe-se também que os agravos são maiores quando se trata de paciente com histórico familiar de trombofilia, no entanto, mesmo pacientes que não relatem tal histórico o risco ainda existe.
Um dado apresentado pela edição da revista retrata que 92% das mulheres que fazem uso do medicamento à base da substância não foram alertadas pelo profissionais médicos sobre o risco de trombose.
Questiono-me até que ponto é sensato afirmar que "os benefícios das pílulas continuam a superar os riscos" e que os alertas sobre os riscos devem constar na bula, simplesmente!
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